Órgão italiano bloqueia acesso ao DeepSeek no país por falta de informações sobre uso de dados

Órgão italiano bloqueia acesso ao DeepSeek no país por falta de informações sobre uso de dados


Autoridade de proteção de dados disse que a medida, de efeito imediato, foi determinada após receber informações consideradas “totalmente insuficientes” sobre o chatbot chinês. Logo do Deepseek
Dado Ruvic/Reuters
A autoridade italiana de proteção de dados ordenou o bloqueio do chatbot chinês DeepSeek no país, nesta quinta-feira (30), alegando falta de informações sobre a utilização de dados pessoais dos usuários. A decisão é de efeito imediato.
O órgão italiano, chamado Garante, disse que a medida foi determinada após receber informações consideradas “totalmente insuficientes” sobre o chatbot e informou que iniciou uma investigação.
A versão mais atual do DeepSeek foi lançada em 20 de janeiro e ultrapassou o ChatGPT entre os apps mais baixados na loja da Apple nos EUA. A fama súbita fez big techs perderem US$ 1 trilhão na bolsa de Nova York na segunda.
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A autoridade de proteção de dados da Itália afirmou ter questionado duas empresas chinesas, de nome Hangzhou DeepSeek AI e Beijing DeepSeek AI, que seriam responsáveis por fornecer o serviço do chatbot. Ambas responderam que não operam na Itália e que a legislação europeia não se aplica a elas, o que motivou o bloqueio do acesso no país, segundo o Garante.
O órgão já havia cobrado informações do DeepSeek em relação ao uso de dados na última terça, segundo a agência Reuters. Na ocasião, o órgão questionou quais dados pessoais são coletados, de quais fontes, para quais fins, com que base legal e se eles são armazenados na China.
Na quarta, o aplicativo teve acesso bloqueado nas lojas de apps da Apple e do Google na Itália, com mensagens informando que a plataforma não estava disponível no país, de acordo com a Reuters.
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França e Irlanda também questionam plataforma
Além da Itália, outros órgãos de proteção de dados de países europeus, como Irlanda e França, solicitaram ao DeepSeek informações sobre a coleta de dados dos usuários.
A autoridade francesa disse à Reuters que seu departamento de inteligência artificial está analisando a plataforma para entender se há riscos para os cidadãos do país na utilização do chatbot chinês.
A Europa tem sido apontada como vigilante dos direitos de privacidade, e seu Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) é considerado uma das leis de privacidade mais abrangentes e rigorosas do mundo.
Em caso de violação da lei, as empresas estão sujeitas a multas de até 4% de seu faturamento global total.
Em dezembro, uma decisão tomada pela autoridade de proteção de dados da Baviera, da Alemanha, com efeito em toda a União Europeia, atingiu a World – projeto que registra a íris de humanos em vários países, inclusive no Brasil.
O órgão determinou que fossem excluídos os dados de íris escaneadas na União Europeia. Para a autoridade, não existe base legal suficiente para este tipo de coleta.
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