Ataque de drone causou explosão dentro da estrutura de contenção da usina de Chernobyl, diz engenheiro

Ataque de drone causou explosão dentro da estrutura de contenção da usina de Chernobyl, diz engenheiro


Responsável pela unidade afirmou que estrutura foi perfurada e deixou de funcionar. Governo ucraniano afirmou que não houve aumento nos índices de radiação. Drone russo atinge usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia
Uma explosão foi registrada dentro da estrutura de contenção da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, após um ataque de drone nesta sexta-feira (14). As informações foram divulgadas pelo engenheiro-chefe da unidade.
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Chernobyl é uma área sensível para a Europa e para o mundo. Em abril de 1986, a usina foi palco do maior acidente nuclear da história, após a explosão de um reator durante um teste segurança. Desde então, a área está inabitada e deve pemanecer assim por muitos anos. Relembre mais abaixo.
Nesta sexta-feira, a Ucrânia acusou a Rússia de lançar um ataque com drones contra a usina. O impacto causou um incêndio, que foi controlado. O governo russo negou a autoria.
O engenheiro-chefe, Oleksandr Tytarchuk, disse em uma coletiva de imprensa que o ataque causou um grande estrago à contenção finalizada em 2019. Essa estrutura impede a liberação de substâncias radioativas do local do acidente e evita impactos ambientais.
“A barreira que deveria impedir a disseminação de substâncias radioativas deixou de funcionar conforme seu projeto original”, afirmou
Até a última verificação feita pelo governo ucraniano, os níveis de radiação não haviam aumentado.
A Agência Internacional de Energia Atômica, que regula o uso de energia nuclear pelo mundo, confirmou a informação sobre os níveis normais de radiação, e acrescentou que não foram registradas mortes no ataque.
O ataque aconteceu em meio a indícios de que Rússia e Ucrânia podem se reunir para negociações de paz, após pressões dos Estados Unidos. Zelensky se reuniu na Alemanha com o vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, para discutir o tema.
Após o encontro, Zelensky afirmou que só se encontrará com Putin após um plano comum ser negociado com os Estados Unidos e Europa.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que agentes americanos também se reuniriam com a alta cúpula do governo russo para discutir a guerra.
Enquanto isso, autoridades europeias temem que o plano de Trump para encerrar o conflito faça muitas concessões à Rússia, o que colocaria em risco a segurança do continente, na visão deles.
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Estrutura danificada
Um novo Arco de Confinamento Seguro que cobre o quarto reator danificado da usina nuclear de Chernobyl é visto perto de uma usina solar recém-construída em Chernobyl, Ucrânia
REUTERS/Gleb Garanich
A estrutura de contenção danificada começou a ser construída em 2010, tendo um custo projetado em mais de US$ 2 bilhões. A contenção, também conhecida como “Novo Confinamento Seguro” e tem mais de 100 metros de altura.
Pelo projeto, a contenção tem uma vida útil estimada em 100 anos, o que daria tempo suficiente para que os cientistas encontrem novos métodos para evitar a liberação de substâncias tóxicas e enterrar o resto do reator.
O governo ucraniano ainda não informou se estrutura poderá ser consertada, nem como.
Desastre de Chernobyl
Usina de Chernobyl, daniifcada após a explosão, em foto de maio de 1986
AP
Na madrugada de 26 de abril de 1986, o reator 4 da usina de Chernobyl explodiu durante um teste de segurança, liberando uma enorme quantidade de material radioativo na atmosfera. O incêndio nuclear durou 10 dias, e a nuvem tóxica resultante se espalhou por diversas regiões da Europa, contaminando até três quartos do continente.
Na época, a Ucrânia fazia parte da União Soviética, e o governo de Moscou tentou esconder o acidente. As autoridades demoraram horas para ordenar a evacuação da cidade de Pripyat, localizada a apenas três quilômetros da usina.
No dia 28 de abril, a Suécia detectou níveis anormais de radiação, forçando o governo soviético a reconhecer publicamente o desastre apenas em 14 de maio.
Após a confirmação do acidente, 116 mil pessoas foram retiradas da chamada zona de exclusão, onde os níveis de radiação representavam risco à vida. Nos anos seguintes, outras 230 mil pessoas também precisaram deixar suas casas.
Para conter os danos, cerca de 600 mil trabalhadores, incluindo militares, bombeiros e engenheiros, participaram dos esforços de emergência e da construção da barreira de concreto sobre o reator destruído.
Os números oficiais apontam que 31 pessoas morreram diretamente devido ao acidente. No entanto, estimativas da ONU indicam pelo menos 50 mortes imediatas e sugerem que milhares de pessoas podem ter sido afetadas a longo prazo devido à exposição à radiação.
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