Irã diz que não negociará ‘sob pressão’ após EUA impor novas sanções ao petróleo do país

Irã diz que não negociará ‘sob pressão’ após EUA impor novas sanções ao petróleo do país


Declaração foi dada pelo ministro das Relações Exteriores iraniano durante encontro com seu homônimo russo. O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, aperta a mão do Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, durante uma reunião em Teerã
Ministério das Relações Exteriores da Rússia/Divulgação via REUTERS
O Irã não sucumbirá à pressão e às sanções impostas pelos Estados Unidos, afirmou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, nesta terça-feira (25).
A declaração foi dada um dia depois que os Estados Unidos anunciaram novas sanções contra a indústria petrolífera iraniana, principal fonte de renda da República Islâmica, como ferramenta da política de “pressão máxima” imposta pelo presidente Donald Trump há cerca de um mês para obter um acordo nuclear.
“A posição do Irã em relação às negociações nucleares é clara e não negociaremos sob pressão e sanções. Não há possibilidade de negociações diretas com os EUA enquanto a pressão máxima estiver sendo aplicada dessa forma”, afirmou Araqchi.
Nesta terça, o ministro recebeu seu homônimo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que disse ter certeza de que medidas diplomáticas ainda estão sobre a mesa para resolver questões em torno do programa nuclear do Irã.
Em janeiro, os governos russo e iraniano anunciaram o ‘Acordo Global de Associação Estratégica’, que prevê “cooperação nas áreas de energia, meio ambiente e questões de defesa e segurança” entre os dois países.
“Nossa cooperação será em vários campos, incluindo energia, comércio, turismo e muitas outras áreas”, disse Araqchi.
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Ameaças do Irã à pressão americana
Por causa da pressão americana, há duas semanas, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, falou que era necessário reforçar ainda mais o Exército do país, além de seus mísseis.
As declarações de Khamenei foram feitas enquanto o líder iraniano conferia as principais apostas no setor de Defesa em uma exposição em Teerã. Entre eles um “drone kamikaze” movido a jato – com imagens de um lançamento feito de um submarino exibidas pela primeira vez -, de acordo com a agência de notícias Tasnim.
“O progresso não deve ser interrompido, não podemos ficar satisfeitos. Digamos que definimos anteriormente um limite para a precisão de nossos mísseis… Agora sentimos que esse limite não é mais suficiente. Temos que seguir em frente. Hoje, nosso poder defensivo é bem conhecido, nossos inimigos têm medo disso. Isso é muito importante para nosso país”, afirmou Khamenei nesta quarta.
Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, confere inovações no setor de Defesa em Teerã
Gabinete do Líder Supremo Iraniano/WANA (West Asia News Agency)/Divulgação via REUTERS
Dias antes, ele havia aconselhado o governo a recusar qualquer negociação com EUA e o embaixador do país na ONU pediu que o Conselho de Segurança tomasse medidas contra o governo americanopor causa das ameaças do uso de força se o Irã se recusar a negociar seu programa nuclear.
O Irã garante que seu programa de mísseis balísticos é puramente defensivo, mas o arsenal é visto no Ocidente como um fator de risco.
E embora tenha negado por muito tempo suas ambições de armas nucleares, segundo o chefe da agência nuclear da ONU, o país está acelerando “dramaticamente” seu enriquecimento de urânio para 60% de pureza físsil, próximo ao nível de aproximadamente 90% para armas.
Teerã também anunciou, nos últimos meses, novas adições ao seu armamento convencional – como seu primeiro porta-aviões não tripulado e uma base naval subterrânea – e um acordo com a Rússia nas áreas de Defesa e Segurança.
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