Dona do Facebook, Instagram e WhatsApp apresentou o “Projeto Waterworth”, com cabos que vão conectar, além do Brasil, os Estados Unidos, Índia e África do Sul. Com o investimento, a empresa espera expandir o potencial global da inteligência artificial. Instalação de cabos submarinos da Meta na África do Sul
Reprodução/Meta
A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciou a instalação de cabos submarinos de 50 mil km, conectando cinco continentes, com o objetivo de ampliar a capacidade e a confiabilidade do transporte de dados digitais.
Chamado de “Projeto Waterworth”, essa iniciativa é considerada pela Meta como o “projeto de cabo submarino mais ambicioso” da empresa até o momento, com o objetivo de fornecer “conectividade de primeira linha” para os Estados Unidos, Índia, Brasil e África do Sul, segundo a companhia.
Com esse anúncio, a empresa diz que vai ampliar o potencial global da inteligência artificial (IA).
De acordo com a Meta, o projeto representa um “investimento plurianual de vários bilhões de dólares”. A empresa não revelou os valores investidos e nem quando as obras serão concluídas.
“O Projeto Waterworth será um investimento multibilionário e a longo prazo com o objetivo de fortalecer a escala e a confiabilidade das rodovias digitais do mundo, com a abertura de três novos corredores oceânicos com conectividade de alta velocidade, necessária para impulsionar a inovação em IA em todo o mundo”, disse a big tech.
Em um comunicado de 2021, no qual anunciou investimentos no continente africano, a empresa de Mark Zuckerberg também explicou que aposta em cabos submarinos para aumentar a capacidade de transmissão de dados, oferecendo conexões mais rápidas e acessíveis a mais pessoas.
Mapa do Projeto Waterworth, da Meta, para a construção de 50 mil km de cabos submarinos
Divulgação/Meta
LEIA TAMBÉM:
Musk lança Grok 3, nova versão de sua inteligência artificial com ‘capacidade de raciocínio potente’
Após multa, Meta passará a exibir anúncios feitos por serviços de classificados concorrentes no Facebook
O que são os cabos submarinos
Os cabos submarinos são uma infraestrutura essencial, responsáveis por quase todas as comunicações digitais do mundo.
Os quase 450 dutos atualmente instalados em todo o mundo se estendem por “1,2 milhão de quilômetros”, de acordo com um relatório do ‘Center for Strategic and International Studies’ (CSIS) publicado em agosto de 2024.
Atualmente, quatro empresas compartilham quase todo o mercado: a SubCom, dos EUA, a Alcatel Submarine Networks (ASN), da França, a Nippon Electric Company (NEC), do Japão, e a HMN Technologies, da China.
Mas os gigantes da tecnologia, como a Meta, decidiram agora desenvolver suas próprias infraestruturas diante do enorme desafio econômico representado por estes cabos.
O novo cabo do “Projecto Waterworth” será o terceiro construído tendo a Meta como única proprietária, segundo os registros da Telegeography, sendo que o primeiro, chamado “Anjana”, liga os Estados Unidos à Espanha e está previsto para começar a funcionar ainda neste ano. O Google, outro gigante da tecnologia, tem 16 cabos.
“Em algum momento, quando se tem um crescimento enorme e seus volumes de demanda superam os de outros concorrentes, é benéfico investir por conta própria e eliminar o intermediário”, comentou Alan Mauldin, diretor de pesquisas da empresa especializada em dados Telegeography.
Altamente estratégicas, as infraestruturas são regularmente danificadas por elementos naturais (terremotos submarinos, tsunamis), mas também por âncoras de navios. Elas também podem estar sujeitas a tentativas de sabotagem e espionagem.
Em janeiro, a Otan organizou patrulhas no mar Báltico após supostos ataques contra cabos de telecomunicações e energia, que especialistas e políticos atribuíram à Rússia.
Com o rápido desenvolvimento da inteligência artificial e dos modelos generativos de IA, que são particularmente exigentes em termos de recursos e capacidades, espera-se que o tráfego digital global continue a aumentar nos próximos anos.
Celular no bloco de carnaval: como proteger o aparelho antes, durante e depois da folia
Como um celular pode explodir mesmo sem estar carregando
Órgão italiano bloqueia acesso ao DeepSeek no país
